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As montanhas guardam o cume da nossa imaginação.

Conseguimos! Alcançamos o EXTREMO NORTE do Brasil no Monte Caburaí!

No marco do extremo norte, o ponto mais setentrional do Brasil. (Foto de Sávio Vidal)

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O Marco BB/G11-A

Foi difícil, muito duro, trilha com muitos obstáculos, selva densa, preservada, intocada, e desde agosto/24 ninguém passou nela, com dezenas e dezenas de árvores caídas, um sobe-e-desce montanhas intenso, uso de facão constante, até machado levamos, nosso guia Arlindo foi um indígena Ingarikó (2º da esquerda), muito experiente na mata. Sem ele não chegaríamos.

Lá não tem trilhas abertas como as que conhecemos, e é muitas vezes mais difícil que ir ao Pico da Neblina ou na Serra do Aracá ou no Monte Roraima. Entramos e cruzamos dezenas de rios, riachos e alagados, alguns com água até a cintura, outros equilibrando em pinguelas, ficando 5 dias com bota molhada, e a pele do pé quase soltando, muitas bolhas, hematomas, arranhões e contusões.

As águas na maioria são escuras ou amareladas, como no Rio Negro. Tivemos um carro 4×4 quebrado em estradas off-road das piores que já vimos. Em vários momentos pensamos que não íamos conseguir chegar ao cume ou que íamos perder o avião de volta, tão grande era a quantidade de imprevistos e incertezas do que iria acontecer.

Dos 6 dias de selva, os 4 iniciais foram de chuva e os 2 últimos sem, o que abaixou os rios para voltarmos. Usamos voadeiras por várias vezes, no Rio Cotingo e no Rio Panari. Lá ainda não existe uma estrutura para turismo, sentimos o modus vivendi indígena original dos Ingarikós.

Foi a segunda trilha mais radical e roots que fizemos, só ficando atrás mesmo da Travessia Latitudinal da Ilha Grande, entre a Parnaioca e o Saco do Céu, por não haver trilha nenhuma e no Caburaí uma tênue trilha anterior, muitas vezes fechada.

Nossa comida foi de liofilizados. Mas a comida indígena é deliciosa, taioba, banana, beiju, cachiri, pimenta…

Levamos a doação de 5 notebooks, 1 impressora multifuncional e nobrake de 1200 VA, para iniciar o laboratório de informática de ensino à distância (EAD) deles.

Fomos em sete, do RJ estavam Lilian, Davi e eu Erick. Estavam também o Alexandre (SP), o Jefferson (ES), o Sávio (MG) e o Felipe (PR).

VOLTAR? Planejando repetir a aventura numa melhor época, com menos chuvas segundo eles. Mas desta vez com mais tempo, para ter uma vivência na aldeia de Manalai e com 8 dias de trilha. E mais experiência!!🙏🙂

O relato detalhado está neste link do site do projeto 4 Extremos e também o álbum de fotos!

Estamos sofridos mas felizes!

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